domingo, 28 de dezembro de 2008



(...) as crianças olham as coisas de azul.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Choram as rosas

transeuntes, apropriados para o só.

sorriso guardado no bolso,

no sacrário salva.

" a maior riqueza de um homem é a sua incompletude.
Nesse ponto eu sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou-eu não aceito.
Não aguento ser apenas um sujeito
que abre portas,
que puxa válvulas,
que olha o relógio,
que compra pão as seis da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva,
etc,
etc,
etc.
Perdoai!
Mas eu preciso de ser outros.
eu penso renovar o homem usando borboletas."

(de RETRATO DO ARTISTA QUANDO COISA). Manuel de Barros.


domingo, 14 de dezembro de 2008

as mentiras que assumi no parto (herança) escrito por: William Ferro

A Manuel de barros, por ter aberto*
O meu corpo para a poesia, feito
uma mulher que abre as pernas.








*aberto adj.(do lat. Apertus)1. não fechado, descerrado.-2. sem obstáculo que impeça de entrar, sair ou ver.-3. desabotoado, não unido.-4. não cicatrizado: a ferida ainda esta aberta.-5. espaço largo.-6. em exercício, em funcionamento: curso aberto.-7. acessível; que admite e compreende facilmente: mente aberta.-8. franco, sincero.-9. declarado, manifesto: guerra aberta, jogo aberto, de boca aberta, pasmo perplexo//de braços abertos/ cidade aberta, que não é fortificada ou que renuncia a defender-se em caso de guerra.//sinal aberto, sinalização de transito que permite a passagem de veiculo ou pedestres.











As mentiras que assumi no parto (herança)








* “veritas uniuscuiusque rei est propietas sui esse quod sabilitum est ei”.

Já não sou apenas no inverso me inverto e me invento.
Dos estranhos começos até os presentes tropeços, me encontro a cada erro, me perdou. Arremesso num suicídio diário da ponte minha vida não vivida, não sabida, rarefeita.


* “A verdade de uma coisa é a característica própria do seu ser e é constante”.



Tomáz de Aquino














Incertezas certeiras








Estilo

Escrevo com canetas quebradas, letras esparsas, erradas, com acentos indevidos.
Assumo o insano na terceira pessoa e me escrevo sobre o papel branco nas linhas em que me equilibro.
Me escondo no canto do tempo, para ser, às palavras. Acuso a segunda pessoa do singular.
Reinvento frases achadas e dou lume aos bordões. Adoto clichês abandonados
Doces.

Acrescento
Verdades nas
Mentira
E
Mentiras nas
Verdades
Acrescento.

Estudo muito sobre o barro. Leio muitas retinas destruídas. E do dicionário utilizo a simbiose.
Peoplewear arcaico organizo tudo no office x power perfectuns do tio bill...caldeira, caldeirão e pronto, depois umas pessoas me chamam de
Poeta.



Quantificado

Migrar de um espaço.
O mesmo, fulgido, feérico.
Oscilar entre escuros dúbios,
rarefeitos...

Atol sem mar.

Do plexo parapeito de um prédio espesso encontrar detritos e se perder horizontalizar-se.

Acordar as retinas para o raro, pálpebras ensones, enxergar o comum, o erro!
Transeuntes apropriados para o só...

S orriso guardado
N o bolso, no terço
R ezado, no sacrário
S alva, no sexo profano.
O pano de fundo para um mundo sem danos, estáticos precisos, assim.

No meio fio da faixa contrária um poste me sagra com um sorriso apertado, perdido. Barafunda, amanhecer redondo e dormir...

Quantificado!

Estender os caminhos, passos até a parede, adornar os vãos com desatinos contados.

Um corte na sorte.

Achados
Ocos
São
Os
.
Pontos

O ponto de partida, esticar os passos parados. Migrar já sem espaços.
Acasos,
Exatos,
Assim.

Somatória

As
palavras
que ecoam a fora estão desprendidas.

Já foram ditas.

Os dias que percorrem milênios.

As
Atitudes que
Decorrem da
Vida

Estendida...

Segue Vivida,
Andada
Sofrida
Áspera
Amada.

Há formas que se dispõe a dubialidade dos fatos.
Se pré-supõe
O bem
O mal.

Indícios de equilíbrio deformam a
Pacata realidade incontida dos que conformam.
Sem desejos ou comentários melódicos.

Apenas seguem
O ciclo do dito.


Um olhar

À medida que se perdia se encontrava no escuro, porém a desmedida vida não encontrava.

Havia a perdido no passado presente de um futuro deixado
Calado
Mudo
Miúdo

Sufocado em um aterro de palavras não ditas. Com os cabelos brancos e o olhar vago vaga

Se entorpece estúpido em grades de si mesmo.

Golpeia o espelho.





Controvérsia

O fato é que depois do detrato, vem o trato refeito sem trato nenhum.

Trama
Troco
Truque... Trace a linha e toque o tudo.

Troque
Truque
Desfaz as tramas as trevas e trova
Troca
Toca a lúcula.


Atenuar

Ater-se ao fato de que a tensão pesa.

Atoar-se ao riso feito a reza.

Atolar: tornar-se tolo, Ático.

Atlas de faces semânticas. Sorrisos.

“Canto”

Foi coroado
rei destronado.

Sapo da lagoa
Seca.

Altura do mato
Calou tua voz.

Nasceu no peito
uma
Fresta.


Verborragia

pirilimpimpim,
porolopompom,
pift
fivit
super
avit.
And
work nothing.
Inflação
Inflamação.
Produto
Interno bruto,
Discurso.





Dês

Dádiva

Carnaval

Desselar

Obrigado

Divina

A mulata

Dogma

O breque

Dúvida

O mestre.





Encaixe

Bocas côncavas
Seios convexos.








Divã

Percebo o mundo sentado num
banco da praça bucólica e verde.

Um estalo.
Um pensamento de súbito.

O mundo Sentado num banco
da praça...bucólica, e Verde.
O mundo
todo sentado e interpretado.


É uma pessoa que são todas;
sentadas e pensativas.

(...) O olhar fixo numa bomba
da praça.

O mundo joga lhe o milho da
pipoca que comia.

A pomba come o milho, bate asas,
e vai embora.

O mundo fica ali,
sentado no banco da praça. Parada.
Bucólica
Verde.

Então o mundo em estado de reflexão
pensa que não é mundo,
mundo não sabe que é todo mundo e que todo mundo é um mundo.

Mundo entra em crise existencial...

Pensa
Pensa
Pensa
E lhe parece que tudo esta perdido.
Mundo já não quer ser mundo...

Em verdade o mundo quer que o mundo todo se fo...

O mundo interrompe a barafunda em que se encontrava detraído por outra bomba que pousava a sua frente com um movimento suspeito e com olhar desconfiado mirava-o como que pedindo a sua atenção, ou uma pipoca.

Desta vez o distinto mundo com a testa franzina não lhe da atenção quanto mais uma pelota.

- pomba estúpida...chispa!

Na duvida o pobre mundo embruteceu, quer que o mundo se exploda.

Amassa o pacote de pipoca, joga no chão e vai embora!


ps1: o mundo voltou a fumar.



ps2: o mundo tem feito psicanálise, e tratamento com florais de Bach.



ps3: ... não adiantou nada.








Igual

Quando, tudo muda e sempre continua igual. Todas as coisas e pessoas tornam e retornam a questão de fato; param e reparam, movem e depois continuam iguais; só que diferentes... E aí mudam mais uma vez em um ciclo ininterrupto.

Param conformam-se, rebelam-se, sentem a pulsação do mundo ou então se mantêm indiferentes, apáticos, inóspitos, estúpidos, intolerantes, massificantes, sufocantes, aturdidos, acomodados, arrebatados e arremessados a toda sorte.

Descobrimos o mundo e o descobrimos chorando, e depois vamos sentindo, tocando, percebendo, absorvendo o mundo em estado de infância. Então nos tornamos malabaristas, equilibristas de grande tino, débeis conhecedores do nada e querendo o tudo. Tudo não se sabe o que, apenas queremos... Onda após onda.

Sei que tudo esta um pouco retrogrado, porem a evolução é constante, compreender, para compreender-se e a questão, porque se não há assim uma história, a sua história.

O ciclo é constante em mim, em você, em todos os aspectos interligados, nos mastigamos e ainda assim nos ensinamos.

A questão também vem decorrente a semente plantada em nosso ventre ardente, quente e brota a toda sorte, voraz e constante.

Vive linda, negra, absurda como uma prosa que te dá valor, que lhe mostra uma flor, onde também se descobre a dor.

Fulgor

(...) se vive só, se morre só. Ó que dó que dá... fiques aí sente-se aí, e aí mesmo chores por criar em você tudo o que és, tudo que foi. Ou então sorrias por sentir calor, por beber água fria, por se beijar um amor.

Seja tu, a tua sombra, a tua cama, não sentes na lama. Calma, sente-se para mais um programa, assista um filme, veja a verdade, leia um livro, mas não difunda a hipocrisia. Crie telas quadros com as mais verdadeiras mentiras. Isto para que não sejais apenas um mero coadjuvante nesta trama em que se dana escravidão se espalha, mas não cala você. Diga o seu texto sem preceitos nem pré-conceitos.


Neste minuto já ausente, sinto presente a minha mente que como as suas sentem, e que em estado adjacente senta-se e descansa.





Centrípeta

Desprender-se de um fato e dar cabo a vida, é experimentar, querer que a vida esteja fora do centro denso e pulsante de dentro.

E que caia a vasta escuridão dos que vivem atados pelo desejo de serem livres.

Precisa-se de genuflexórios, de saciar o sexo e a fome, de grana de trama, de refrigerantes, e de todas as válvulas de escape possíveis para que consagres contigüidades.

Voar no vão,
Calar o são,
Ouvir o não,
Pedir o pão,
Achar o são.

Intrincadas barafundas mentes, num estalo se apropriam do nada porque não pesa é perene.

Desmede a erudição com plot’s plurais.
Feitos
E
Refeitos
Versos.

Versos
Feitos
E
Refeitos.

O inicio invertido pelo fim,
Começo.
O fim invertido pelo inicio,
Tropeço.
O avesso, começado e invertido pelo meio,
Insânia.

fim
futuro
passado
O são.



Festim

Enquanto aguardava a espera que me adornava de nuvens e pensamentos preclaros.

Um grito
Um tiro
Espantos
E
Sorrisos
Cercavam o ato de morte.
Macia e silenciosa,
Como se nada
Pesasse.

Suave saia pelos olhos,
Esvaziando o corpo quente, ferido,
Furado,
Vazio.

Paralelepípedos o recebiam.

(...)
Era como se os olhos perdessem a divindade.

O sangue saía espesso pelo furo.
Saindo,
Deixando.

Os risos burlescos como os de demônios em torno celebravam o gesto morto.

Pálpebras abertas e o menino dormiu o seu sono.






Jazido

Pode se sentir a vida em um dia. Bem sabem as borboletas e as moscas.

Uma sagra a flor. A outra sagra a merda.

Verificam o dia e morrem.

Uma no ralo.
Outra na guia.

Vida esquecida no fim da tarde.
Meio
Clara.
Meio
Escura.

A vida pode ser achada,
perdida,
deixada,
subtraída em nome de mitos que dormem e se inventam.
Vida
Pode
Ser
Torta
Bruta
Estúpida como uma porta fechada.
Profunda
Sem senha para sobreviver, segue seu rumo.
Pura e simples, dança.

Soltas as esperanças movem. Ininterrupto o dia a acompanha.
Gaiola

Ouvi o canto do desespero...
Era lindo.

Um gorjeio que de tão belo angustiava os silêncios dos céus.

O canto era de um pássaro preso.

Seu canto era livre.
Sua liberdade não.
Suas asas estáticas.

A gaiola, um céu sem movimentos.

O homem melodioso se encantava.


Consentir

Desaparecer
no ato exato
e real.

A medida
perfeita
atrozes.

Uma fuga
para o lado.

Esconder-se
numa fresta
(seca).

Coligações de
Abstrais: a dor,
O medo.
O senso.
O termo.
O risco.
O dito.
O sonho.






Contrair

A distancia que te separa de si mesmo.

O avesso.

Reflexo no espelho já sem ornamentos.

Fragmentas todos os seus estados de plenitude e some como um corte na prudência.

Vazar pelos buracos
Pulcros,
Invisíveis.

Crispar.

Retrair ondas indissolúveis

Mirar o
Centro,
O erro.

Encontrar
Perder-se





Autista

Levanto contra mim um eu de verdade.

Me assombro.
Me escondo.
Me escambo.

Assumo na terceira pessoa o alicerce do meu medo.

Acuso a segunda pessoa do singular. Segredo pretérito,
Imperfeito sempre;

Essas pessoas que mentem o ideal do real.
Fantasia.

(...) aqueles que deixaram o velho morrer na rua.

O homem que consome dogmas no mercado.

Um marginal que estupra a mente no beco escuro.

Susto de pássaro que vê gente.

Não eu!
Ele!
Eles!
Aqueles!!!

A luta
a sorte o cristo
o parto o louco o bêbado
a puta o porco o padrasto
o padre o pateta a esquizofrênica
a pedra a policia a violência
o poeta o mendigo
o papa a plebe
o ateu o plebeu
o mundo
o seu
tu.



(...) das flores culpadas por sua beleza rara, cortada no talo para fazer nascerem sorrisos curtos num romance piegas.


Da pomba branca e suja e dos jornais vermelhos e inflamáveis.

Dos que pecam,
dos que sentem
vergonha dos...

da televisão genética, ontológica, patológica.

Da miséria,
Do capital,

Das famílias nucleares. Do câncer
Da carne
Do demônio
Do atônito
Da esperança
Do satélite
espacial da
nasa.


Da casa zodíaca do caralho, mas não eu!!!!

O ser humano, a culpa é do ser humano!!!

Humanos.







Alucinações







Dom

Estilingadas
Espingardas
Almofadas


(bomba atômica)



Chiqueiro

Jogar margaridas para os porcos do meu quintal.


Natureza

As orquídeas são horríveis.


Perca de identidade

Se olhar no espelho e não saber qual deles e você.

Perca de identidade 2

Quebrar o espelho sete vezes.


Engendrar

Fazer coco
e
olhar.

Criação.


A chave

Grávida
abortada
e parida.

Acasos
Soprados.


Aberto

Aberto aporta me deixou e eu passei e deixei a porta aberta.

(...)
Abertas elas o são.

(...)
O chão.
O chão existe para estarmos em cima.

(...)
Os fatos.
Os fatos concretos abrigam o chão.

(...)
O nada contrapõe o chão.
Existe para medirmos a inexatidão das coisas precisas; assim.
(...)
Assim, feito contrário contrato me avesso. Acerto no erro.
(...)
O muro.
O muro é inanimado subjetivo, porém espesso.
(...)
Os musgos são apropriados para o chão e para os muros.
(...)
As impossibilidades
São para os muros, assim como o musgo, apropriado.
(...)
E o silêncio?
O silêncio mora apenas na pedra.
No silêncio da pedra.
(...)
Os segredos existem para serem contados
Pois que tudo já foi dito.







Certeiras incertezas




Axioma


Quando não existir mais dúvida sobre a realidade do nada, então estaremos consagrados pelo concreto que nos cerca.
Encima da mesa esta um copo; é fato consumado.
Se medirmos a inexatidão das coisas a régua estica. Aprendemos na escola que a cadeira é o lugar de sentar, que o pássaro voa e a gente não, que Darwing disse que evoluímos dos macacos, com a religião a história é com a maça.
Já com os familiares da para saber que nossas teorias e filosofias não funcionam de fato, (pelo menos deu para ser refratário).
(...) com a ética retórica a não mentir nem subtrair o alheio. Com a igreja a não pecar. Com o tempo envelhecer.
Será que algum dia Deus ou alguma ciência vai explicar porquê as vezes chove dentro da gente.
Organizar os doidos no manicômio, pois não entenderam o porquê das cigarras cantarem até estourar, (vício).
Alguns raramente alucinam de vez.
Santos que falavam com os pássaros.
Nadas que aprenderam com o chão o simples, (aconteceu na cidade de Corumbá Pantanal), foi a abertura do verbo.
Da até para pensar que a fé é crente, pois o verbo que se fez homem acreditou tanto que transgrediu a carne e foi Deus, os ímpios e os idiotas tiveram medo (esta escrita na bíblia).
Nos livros também se aprende muita coisa, por exemplo, que as palavras enganam, ludibriam o sujeito e recriam os sentidos dos predicados mais que imperfeitos. Descobre-se que a loucura fica nas entrelinhas onde a gente não enxerga.
(Dom Quixote e seu fiel escudeiro nunca voltaram de lá).
Quando as nossas vovozinhas não se elgem a presidência da até vontade de votar no lula... não este!
(os do fundo do mar).
É melhor que voltemos ao ponto de partida da “teoria do caos”, pode ser que aconteça um abalo sísmico e nos desequilibre da corda bamba do equilibrista, nos deixam no vácuo ( alusão dos que acreditam no fim).

Fim.









anacrônico





Espelho da Humanidade

Deus disse!!!
Não sei quando nem onde, que o homem reinaria sobre todas as coisas, inclusive sobre sí mesmo: mas que para isso seria necessário a comunicação.
Então desde os primórdios é a comunicação o que rege o mundo...
antes
os homens meio macacos,
ou macacos meio homens,
enfim...
era mais ou menos assim.
-HUHUHAHUHAHUH.
-HUGA H UGA HUHU.
-PLIM PLIM!!!!!
Enteram?
Também não importa, pois com a evolução dos tempos os homens sem os seus costumes macaquinianos aprimoraram as formas de se comunicarem.
de se comunicarem,
e de se enganarem.
O espelho da humanidade possui um botão de liga e desliga, é nele que tudo toma forma e se deforma.
É também a máquina de sonhos materiais.
Enfim tudo se torna mais fácil, pois nela existem as dez melhores formas para tudo.
As dez melhore formas de beleza,
de pré-conceitos,
posições de trepar,
de criminalidades,
de governar o pais.
As dez melhores formas de se fazer um bolo de baunilha, e ainda, as dez melhores formas de manter o corpinho sarado, sem se levantar da poltrona. E isto tudo em lições práticas e sem chuviscos.

A invenção perfeita.
Tornou a vida prática.
Prática, mastigada e cuspida por galãs belíssimos e musas inspiradoras, que todo dia,
todo dia,
todo dia.
Mostra nos como é boa a vida.
Como é bom ter poder grana.
Como é bom ser parlamentar e
Morar na casa da dinda, etc...
etc...
E quando acaba a programação, pronto, já estamos repletos de informação até o dia seguinte quando vamos mais uma vez ligar a TV.

Caixinha mágica.

Mais misteriosa que pandora, pois esconde suas verdadeiras intenções, e prende com tal hipnotismo, que neste minuto o mundo inteiro assiste aos mais diversificados canais.

Canais de submissão e
de contensão,
de machismo,
de sexismo, de
patriotismos, de ismos, de ismos...e de ismos também.





Ela pode te servir, como nós servimos á ela. Pode ser o seu psicoterapeuta, e depois te tornar um maníaco serial em cinco lições práticas de como matar, degolar e estuprar uma pessoa.
Depois torna se de novo o seu divã.

Cada casa com a sua caixa de guardar mágoas, pois enquanto assistimos televisão, não precisamos conversar. É o que nos convém, ver noticiários.
Assistir as desgraças dos outros e pesar sobre a nossa própria desgraça.
Por exemplo, aquela senhora que morreu ontem,,,

-É eu vi passou no jornal!
- quinhentas e sessenta e cinco facadas no peito.
-dizem que o suspeito era um padre que usa o argumento de que foi deus que mandou...
(pois ele era o “instrumento de Deus” e ela a pecadora!!!.
- nossa como o mundo anda terrível não é benhe?!
- é terrível, mas temos que agradecer ao bom Deus por ele ser tão benévolo conosco não é benhe?!
- é há de melhorar!
- se vê, até o salário mínimo vai aumentar!
- da para gente ter uma TV nova né benhe?
- hummmmmm, se vê!
- isto seria uma coisa boa!!!não é benhe?!

E assim vamos nos entretendo, segundo e assistindo a vida passar feito os capítulos de uma novela, até o momento em que a televisão desliga...Há e aí...liga de novo.







UMAS LINHAS




(...)


Sine qua non da loucura: saber o caminho.
Amanhecer sobre a aurora e mijar.
Apelar para o concreto: sonhador.
Deus me escreveu com pena.
Martelo: pra bater no dedão.
Agulha sem tinta: erudita.
Morrer no parto: solene.
Fada translúcida: água.
Ereto por assucenas.
Verdade: pedra.
Mentira: pura.
Concreto.
Nada.






Tesão...existem algumas flores que me dão vontade de trepar.



Excitação... quando chupo manga fico de pau duro.



Política... melhor que aludir é pular carnaval.



Estressado... quando estou tenso demais bato punheta.



Dores... é melhor assumir os pecados e ser santificado.



Amores... não pisar nas baratas do esgoto sujo, compreender.



Ardores... efeitos da mentira.



Ato fugaz...na hora do pico do tempo, fazer pum no metrô.







Confessar...








... inventei tudo para me salvar






O ato...




... engravidou de tudo até agora, mas não vou assumir este filho bastardo.
Minhas sementes estão no ralo.




Sacrário...



...adjacente, sento sob minha ignorância e descanso...sereno...descalço...cansado...





Perene...



...O vôo dos pássaros que nasceram para migrar o ar.






(entre parentes)



Precaução

...Não se ...
Preocupem.
.
.
As paredes têm ouvidos, mas estão surdas.

(podem continuar o que estavam fazendo)

Foi a igreja quem inventou
O sacrário.



Torrencial

Minha paciência nunca contou até
Dez.

( 0 )



Alados

O universo voa no nada.
Os planetas na atmosfera.

Os pássaros no céu,
E os peixes no mar.
As abelhas nas flores.

O urubu sobre as carniças, e as moscas na merda.
As fadas voam na fantasia.

(eu quebrei as asas na queda)

Hoje eu tenho que esticar os horizontes andando.

(cansa mais).

ps: os moribidênios voam no invisível.




Utopia

(minha casa sempre foi fechada)

Eu não odeio a minha mãe
Não odeio os latidos
Eu tento ser ateu mas não consigo...

(eu tenho que botar a culpa em alguém)

Eu não odeio o fantástico
Eu não odeio o padre Marcelo
Eu não odeio os santos
Nem odeio você

(a arma que eu tenho no bolso é só para matar o começo)

Eu não odeio os beatles
Nem o Frank Sinatra
Eu não odeio as vaquinha malhadas

(apenas ás como porque...é...hum...é...bom...)

Eu não odeio os colonizadores

Em verdade vos digo
Eu
Árduo
Amo
(afinal a guerra é santa)

Também não queria escrever
(dói na alma)
Destino

Do
Meu
Eu
Desidero.
(quem me dera eu morrer no passado esperando o futuro hoje)
Plantei
Uma
Árvore.
(ela foi derrubada a machadadas)
Meu livro
Não foi
Publicado.
(era muito ruim)
Não tive filhos.
(não quero extensões de mim)

Queria morrer em paz, mas confesso que tenho medo do juízo final.
(eu já pequei muito)

Ontem eu escutei a música da sobrevivência.
(era muito sofrida)
Na esquina do meu astro
Tem três acidentes de carro,
Agora só falta um.
(profético)
Mesmo assim eu queria estar vivo!

ps: se eu for para o inferno, pelo menos me permeio de amarelo.

(amarela é minha cor predileta).

Paraíso Perdido

Se eu fosse o Adão
Também teria
comido
a Eva.
A maça,
A Lilit.

(o pecado eu comeria de quatro)

Mataria a fome
Com
Costelas
Fritas.

(comeria o diabo)

Faria sexo oral com os anjinhos assexuados.

Teria vergonha do pai.

(e também colocaria uma folha no pinto)





ps: acho que o Adão mora no México.

ps²: ele agora esta indo para a igreja.

ps³: administra uma fábrica de cuecas.
Governo

Cabresto.

Punk

Aprendi
O nome de uma
Flor
Que
Tem o mesmo
Significado
Que anarquia.
(sempre arrancam-lá no talo)
Nome
(Acássia)

Mercador

O capital
Não esta
No material.
Esta no
Próximo
Que diz
Eu posso
Sobre
O mesmo
O
Igual.
Não esta no anel do imperador chinês.
Não esta no dinheiro.
Esta nas posições
hierárquicas
(69)

Pulsação

Acho
Que
Sou
Poeta
Existe no meu coração
uma
chaga
sem
cura

(poesia é feita de dor)

Então
Por que
Eu estou sorrindo?

(a arte é a sagração da inutilidade existencial)

Tentativa
De
Criar
Sem
Ser
O
Cria-dor







Excelência

As vezes faço questão de ser
Mal educado.
De não dizer obrigado. De andar empinado feito um pavão, sem olhar para trais.
Inflado.
De apertar o botão da bomba atômica
Com satisfação cirúrgica.
De ver televisão
E querer que o mundo
Todo
Se
Foda.
(de ser o lobo na pele do cordeiro)
De ser o palhaço do circo sem graça.
De dançar
Na rua
Pelado.
De ficar encima do muro.
De querer mandar O estado á merda junto com as suas leis.
De inflar o meu ego até estourar
(antipático)

Teorema

(...)
Falar o que se senti

(...)
Mentir o que se cala

(...)
Sentir o que se fala

(...)
Falar o que se mente

(...)
Sentir o que se cala

(...)
Calar o que se mente
(...)
...
...
...
etc
...
...
etc.








Infância...






Nostalgia... brincar, aprender a errar por inteiro, o acerto.

Crianças... para saírem de casa, usam tênis espaciais, mas se pisam no barro a mãe bate.

Presente... se elas ganham pedras duras, ficam felizes, e as amolecem.

Mais ou menos... aos três anos de idade as crianças dizem...É MINHA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Materializaram-se.
Já estão prontas para o capital.
Nem Marx explica.

Inteiros...quando os pequeninos dizem, EU! Separam-se do universo, deixam de ser Deus.

Daltônicas...pintam as árvores de azul, e o céu de verde com folhas amarelas, o cinza é cinza mesmo.

Sine qua nom...um aluno de cinco anos me fez a celebre pergunta (o que vem primeiro? O ovo ou a galinha). Ele mesmo já tinha a resposta.
(não popessor, foi a lagatixa).
Nunca tive tanta convicção a respeito de uma verdade. Agora já sei tudo. Formei-me no jardim de infância.

Velhice... complicado trepar no galho.

Memória... da minha tenra infância, me lembro que tinha amigos imaginários, mas eu amadureci e eles ficaram de mal de mim. Gostaria de nos reencontramos. Será que se casaram.












Coco... quando controlamos o esfíncter estamos prontos...os pais louvam.

















Flagelo Final

Não queria ter nascido pelo avesso, queria ter tido outro começo. Sempre quis ter uma gravata.

Não queria ter nascido sob o signo de leão, teria inventado o meu, o de anêmona.

Não queria ter sido o peixe do anzol.

Queria que os seres humanos amadurecessem aos três anos de idade.

Antes que dissessem EU, e enlouquecessem.

Antes que deixassem de serem Deus.

Queria encontrar pelos menos uma vez, um sujeito “normal”(só pra saber como é!). Utopia.

Queria ser mais exato, menos prolixo.

Pensei que a felicidade fosse alguma coisa invisível, seria mais fácil encontrar.